Os dramas e as hesitações colocados ao governo de António Costa não são a oportunidade para abandonos, mas o momento certo para se legitimar este projeto governativo face ao país.
Falando da perplexidade do assalto militar, da tragédia do fogo, e dos desafios colocados à estabilidade da governação de António Costa, levantam-se os cenários usuais de demissão dos ministros das tutelas. Este é sempre cenário perfeito da luta da oposição perante este contexto.
Não estou convencido. Lamento. Não sou a favor. Ponho questões no que toca ao contexto ministerial do país. Não é a doença chamada “crise” que assola Portugal há mais de oito nos que faz com que haja instruções inaceitáveis na decisão dos ministros.
Condeno os que se vão embora e não lutam por um país melhor. Está na hora de fazer gestão às contas públicas, reforçar os recursos e as estruturas e erguer Portugal.
Se fizermos isso veremos que desastres como ocorreram em Pedrógão vai diminuir. Mas minha gente, sem culpabilizações. Juntos, somos mais fortes. Torna-se importante acabar com as dúvidas, desconfianças e desacreditações face ao “Estado-pessoa-instituição”. Há que mostrar competências, orientações, projetos, concretizações. Só assim é que acreditaremos em quem elegemos para governar o país e prestar contas e, por favor, chega de crise.
Não manipulemos a realidade. Enfrentemos e superemos as dificuldades. Mostremos a fibra política perante os desaires e adversidades. Adoro política. Detesto ver políticos a fugir das suas responsabilidades, a desculparem-se por tudo e por nada pela doença chamada “crise”.
Valorizo a convicção e a resistência. É isso que Portugal pede ao caminho proposto por Costa. É hora de agir. Chega de mesas das negociações, os discursos para as televisões, de papéis assinados e as políticas de comunicação. Está na hora do governo de Costa, dos seus partidos e ministros que os sustentam se legitimarem perante os portugueses. António Costa sabe. Ele e todos nós.